Diretor da TV Globo retrata-se publicamente por “afirmações inverídicas”

Share

O diretor do Núcleo de Teledramaturgia da Rede Globo, Roberto Talma Vieira escreveu um texto, publicado - como matéria paga - na edição de anteontem (8) da Folha de S. Paulo, em que pede desculpas ao ex-senador e candidato derrotado nas últimas eleições para o governo mineiro, Hélio Calixto da Costa (PMDB).
A retratação pública foi estabelecida por acordo, na 16ª Vara Cível de Belo Horizonte (MG). A ação tramitava desde 1º de setembro do ano passado.
Na matéria, Talma afirmou que a retratação foi feita "por minha livre e espontânea vontade".
“Fiz declarações que reconheço serem ofensivas e inverídicas contra o senador Hélio Costa atribuindo-lhe a prática de atitudes antiéticas e ou ilegais”, diz parte do texto. “Lamento e reitero minhas sinceras desculpas”, continuou.
A decisão judicial teve como base a entrevista que Talma concedeu à revista IstoÉ  em julho do ano passado.  Ao responder uma das perguntas, Talma insinuou que Uadji Menezes Moreira - dono de uma empresa que recebeu dinheiro da Telebrás enquanto Hélio Costa era ministro das Comunicações - tinha patrocinado a campanha do peemedebista na disputa contra o tucano Antonio Anastasia, que foi eleito governador.
“Acho que o Uadji já deu o dinheiro que tinha que dar para o Hélio Costa. Por que, de repente, essa coisa toda é de graça? Pensa bem. O processo não tinha tramitado nem tinham julgado tudo. Havia recursos na Justiça”, reclamou Talma, na matéria publicada pela IstoÉ.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o valor do centímetro-coluna é R$ 870. Como a retratação ocupa três colunas e mede 13 centímetros, deve ter custado aos bolsos de Roberto Talma quase R$ 33.930.
Em nome do político atuam oito advogados: Alexandre Ricardo de Jesus Ramos, Flavio Couto Bernardes, Keli Campos de Lima, Maria Aparecida Garcia, Mateus de Moura, Lima Gomes, Rosilene Silva Moreira, Vanessa Maria Amaral Leite e Wederson Advincula Siqueira. (Proc. nº  2103686-16.2010.8.13.0024).

Abaixo a matéria que causou a controvérsia:

"Acordo espinhoso: Ministério Público reabre investigação sobre os R$ 254 milhões pagos pela Telebrás à empresa de amigo do ex-ministro das Comunicações Hélio Costa".