Em Milão, três executivos do Google foram condenados por violação de privacidade, por não impedir a exibição do Google Vídeo de um vídeo que mostrava agressões a um menino com síndrome de Down. Os fatos ocorreram pouco antes da aquisição do YouTube pelo Google.
O juiz Oscar Magi condenou os três executivos, David Drummond, George De Los Reyes e Peter Fleitcher, a seis meses de prisão. Segundo o porta voz do Google Itália, Marco Pancini, a sentença representa uma ameaça à liberdade de expressão. "O juiz decidiu que eu sou responsável pelas ações de alguns adolescentes que publicaram um vídeo no Google Vídeo" - disse Peter Fleischer, conselheiro de privacidade da empresa.
O Google considera a decisão um atentado à liberdade na internet pois forçaria as empresas a uma tarefa impossível: conferir as milhares de horas de vídeos que são publicados todos os dias, em sites, como o YouTube. "É um ataque aos princípios fundamentais da liberdade sobre os quais a internet foi criada", - comentou Pancini. "Se este princípio não existir mais, será impossível oferecer serviços na internet.
O vídeo foi publicado em 2006 e mostrava um menino sendo maltratado e agredido por colegas de classe, enquanto outros olham sem fazer nada. Durante a agressão, um dos alunos desenha a suástica nazista no quadro negro e depois faz a saudação fascista.
As cenas foram filmadas em 2006 numa das classes da Escola Técnica Steiner, de Turim, no norte da Itália, e ficaram disponíveis no Google Vídeo entre setembro e novembro do mesmo ano, chegando a 5.500 acessos. O Google ajudou a polícia a identificar os autores, que foram condenados a prestar serviços sociais.
O juiz absolveu os diretores da acusação de difamação, também pedida pela Prefeitura de Milão e a associação "Vivi Down", de defesa dos direitos de pessoas com síndrome de Down. Por isso, os acusadores consideram que os executivos foram, na verdade, inocentados. Mas o Procurador de Milão, Alfredo Robledo, considera a sentença exemplar: "Com este processo, colocamos uma questão séria, ou seja, a tutela da pessoa humana, que deve prevalecer sobre a lógica da empresa" - disse Robledo aos jornais italianos.
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Xeretando, heim?
Ótimo. Seja sempre bem vindo e volte sempre, inclusive para ler o que respondi, aqui mesmo.