O advogado de destaque - atual dirigente na Ordem gaúcha - estava chateado de ouvir os colegas jovens do escritório:
- Não adianta, doutor. O cartório não funciona, o juiz só atende meia-hora, duas vezes por semana, e a gente não consegue nem mesmo falar com a secretária dele.
O advogado sentia a pressão do cliente, porque na importante ação já eram três meses sem movimentação, sutilmente informada como "conclusão ao juiz”. Certa tarde - pela décima vez – o advogado ouviu do outorgante, por telefone, a mesma reclamação:
- Estamos decepcionados com a demora. Nosso processo não anda!
O advogado desligou o telefone e rumou ao foro. Entrou no cartório certo e anunciou ao atendente que queria falar com determinado juiz.
- Antes tem que passar com a secretária - que foi prontamente chamada. O diálogo, com ela, foi objetivo.
- Desejo falar com o magistrado!
- Ele só atende às segundas e quintas-feiras, das 17 às 17h30min. E o senhor tem que me informar, antes, o número do processo a respeito do qual pretende falar. E voltar, então, na quinta -, afinal hoje é terça.
- A senhora é bacharel em Direito?
- Sim!
- Conhece a Lei nº 8.906/94 e, nela, o inciso 8º do artigo 7º ?
- A lei eu conheço, mas não estou lembrada do que diz esse artigo.
O advogado abriu a pasta e ofereceu à secretária um exemplar do Estatuto do Advogado, onde o artigo em tela já aparecia convenientemente salientado com marca-texto amarelo. A assessora leu, mas não deu esperanças:
- Doutor, lamento, mas, como lhe disse, o doutor juiz só atende às segundas e quintas...
- Pois diga a ele que vou esperar aqui, nem que seja até amanhã. Mas não saio daqui sem ser atendido!
- Só que a segurança pedirá para o senhor se retirar às 18h30, horário de fechamento do foro...
- Vou então, antecipadamente, convidar a imprensa para registrar ação e reação !
A secretária, sentindo que o clima previa chuvas e trovoadas, pediu que o advogado, então, tivesse "alguns minutinhos de paciência". Assim foi feito. Três minutos depois, já sorridente, ela voltou convidativa:
- Passe ao gabinete, por favor. O doutor juiz vai atendê-lo.
Não foram necessários mais do que dez minutos para que, convidado a sentar-se, o advogado expusesse objetivamente o que pretendia. Dois dias depois, um despacho saneador, de uma lauda e meia, estava em cartório.
Ao festejar o destrancamento do processo, o profissional da Advocacia reuniu a equipe do escritório e resumiu a proeza:
- Dei um ´estatutaço´! Uma exibição de força do Estatuto do Advogado, sem necessidade de carteiraço.
Na campanha às eleições de novembro de 2006 da OAB gaúcha, o advogado - de notório destaque no Estado - usou essa experiência pessoal para concitar os colegas a exigirem o cumprimento da lei. E o juiz passou a atender os advogados todos os dias.
De segunda a quinta à tarde. Nas sextas, pela manhã.
By: Espaço Vital
- Não adianta, doutor. O cartório não funciona, o juiz só atende meia-hora, duas vezes por semana, e a gente não consegue nem mesmo falar com a secretária dele.
O advogado sentia a pressão do cliente, porque na importante ação já eram três meses sem movimentação, sutilmente informada como "conclusão ao juiz”. Certa tarde - pela décima vez – o advogado ouviu do outorgante, por telefone, a mesma reclamação:
- Estamos decepcionados com a demora. Nosso processo não anda!
O advogado desligou o telefone e rumou ao foro. Entrou no cartório certo e anunciou ao atendente que queria falar com determinado juiz.
- Antes tem que passar com a secretária - que foi prontamente chamada. O diálogo, com ela, foi objetivo.
- Desejo falar com o magistrado!
- Ele só atende às segundas e quintas-feiras, das 17 às 17h30min. E o senhor tem que me informar, antes, o número do processo a respeito do qual pretende falar. E voltar, então, na quinta -, afinal hoje é terça.
- A senhora é bacharel em Direito?
- Sim!
- Conhece a Lei nº 8.906/94 e, nela, o inciso 8º do artigo 7º ?
- A lei eu conheço, mas não estou lembrada do que diz esse artigo.
O advogado abriu a pasta e ofereceu à secretária um exemplar do Estatuto do Advogado, onde o artigo em tela já aparecia convenientemente salientado com marca-texto amarelo. A assessora leu, mas não deu esperanças:
- Doutor, lamento, mas, como lhe disse, o doutor juiz só atende às segundas e quintas...
- Pois diga a ele que vou esperar aqui, nem que seja até amanhã. Mas não saio daqui sem ser atendido!
- Só que a segurança pedirá para o senhor se retirar às 18h30, horário de fechamento do foro...
- Vou então, antecipadamente, convidar a imprensa para registrar ação e reação !
A secretária, sentindo que o clima previa chuvas e trovoadas, pediu que o advogado, então, tivesse "alguns minutinhos de paciência". Assim foi feito. Três minutos depois, já sorridente, ela voltou convidativa:
- Passe ao gabinete, por favor. O doutor juiz vai atendê-lo.
Não foram necessários mais do que dez minutos para que, convidado a sentar-se, o advogado expusesse objetivamente o que pretendia. Dois dias depois, um despacho saneador, de uma lauda e meia, estava em cartório.
Ao festejar o destrancamento do processo, o profissional da Advocacia reuniu a equipe do escritório e resumiu a proeza:
- Dei um ´estatutaço´! Uma exibição de força do Estatuto do Advogado, sem necessidade de carteiraço.
Na campanha às eleições de novembro de 2006 da OAB gaúcha, o advogado - de notório destaque no Estado - usou essa experiência pessoal para concitar os colegas a exigirem o cumprimento da lei. E o juiz passou a atender os advogados todos os dias.
De segunda a quinta à tarde. Nas sextas, pela manhã.
By: Espaço Vital
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Xeretando, heim?
Ótimo. Seja sempre bem vindo e volte sempre, inclusive para ler o que respondi, aqui mesmo.