Preso homem que atropelou ciclistas

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A Justiça do RS decretou ontem (1º), à noite, a prisão preventiva de Ricardo José Neis, o homem que atropelou um grupo de ciclistas, em Porto Alegre, na sexta-feira (25). Ele estava com o filho no carro e avançou contra diversos ciclistas que faziam uma manifestação. A decisão que determinou a prisão foi da juíza Rosane Michels, da Vara do Tribunal do Júri de Porto Alegre.
Ricardo - que é servidor do Banco Central em Porto Alegre - estivera nesta terça em uma clínica psiquiátrica, por vontade própria. Após uma consulta, ele saiu.
O enquadramento penal feito é o de tentativa de homicídio contra várias pessoas. A prisão aconteceu às 6h30 da manhã desta quarta-feira, no Hospital Parque Belém.
Como exibisse um atestado médico que recomenda a sua internação hospitalar, Neis ficou internado no hospital, sob custódia de quatro agentes do GOE. Ele é considerado preso.
Em Porto Alegre, no fim da tarde de ontem (1º),  centenas de pessoas protestaram contra a violência no trânsito. Os manifestantes se concentraram na região central da cidade e percorreram ruas a pé e de bicicleta. Na segunda-feira, um grupo de ciclistas protestou contra atropelamentos na Avenida Paulista, em São Paulo.
O atropelamento praticado por Neis ocorreu na sexta-feira, na esquina das ruas José do Patrocínio e Luiz Afonso, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. Nove pessoas foram levadas ao Hospital de Pronto Socorro. Outras seis foram derrubadas, sofrendo escoriações leves, sem necessitar de atendimento hospitalar. Muitas bicicletas ficaram avariadas.
Mais de 100 ciclistas participavam do evento promovido pelo movimento Massa Crítica, quando o automóvel de Neis entrou - por trás - no meio do comboio, derrubando dezenas de participantes. Para o grupo, que publicou em seu blog vídeos com depoimento dos ciclistas e imagens das bicicletas destruídas, o atropelamento foi considerado "um crime e não um acidente".
Mais detalhes
* "Se alguém que atropela as pessoas da forma como ele fez, pelas costas e por motivo fútil, não representa um risco para a sociedade, não se sabe, então,  o que pode oferecer risco à população". É assim que o promotor Eugênio Amorim, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, sustentou o pedido de prisão preventiva.
* Tanto o pedido do MP estadual, como o da Polícia Civil fazem alusão ao histórico do motorista. Conforme Amorim, "há registros de multas por dirigir na contramão, sobre a calçada e também casos de agressividade". No inquérito são citadas multas de trânsito atribuídas ao motorista por excesso de velocidade, trânsito na calçada, na contramão, em marcha a ré e por conversão proibida. Conforme o MP, "o acusado também responde a três processos por ameaça e agressão física".
* Para o advogado Luís Fernando Coimbra Albino, que representa o suspeito, Ricardo José Neis preenche todos os requisitos necessários para responder ao processo em liberdade. "Ele não tem nenhum antecedente criminal, ou condenação, tem emprego fixo e todos os requisitos necessários para ter o direito a responder em liberdade. A defesa sustenta que Neis "estava em fuga para salvar sua vida e a de seu filho".
VEJA E OUÇA A ENTREVISTA DE RICARDO NEIS, APÓS ELE PRESTAR DEPOIMENTO À POLÍCIA