Dentadura em ação

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Na comarca do interior gaúcho, em processo cível, durante o depoimento de uma testemunha arrolada pela parte ré - a depoente passa a mentir descaradamente.
A autora da ação - extremamente incomodada - começa a arfar e levanta-se da cadeira que ocupa na sala de audiência.
A juíza percebe que a parte iria ter um "treco", recomenda a ela para acalmar-se e sentar. A mulher não consegue e, aparentemente, vai desabar.
O advogado da demandante pede permissão para que a sua cliente saia da sala. Esta - em velho e ainda não reformado prédio forense - tem o piso de lajotas.
A magistrada autoriza o pedido. A autora dá dois passos em direção à porta, mas simultaneamente solta o ar dos pulmões com extrema força. Então, o inesperado: junto é expelida também a "chapa" que a autora tinha na boca.
O objeto de uso dentário quica várias vezes nas lajotas. Há uma risada geral.
A mulher ainda espera a gentileza dos cavalheiros presentes, na iniciativa de se abaixarem e juntarem o objeto. Ninguém toma a iniciativa.
O promotor é cirúrgico: vale-se de um pacotinho de lenços de papel e oferece:
- Pegue. É para ajudar a senhora a juntar.
A juíza acaba com a cena e faz constar no termo: "face aos imprevistos que são conhecidos de todos os presentes, a audiência fica suspensa por 15 minutos".